Sistema SOS

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Somos
Sistema
SOS

Dependência e morte

bandeira nacional

Escutem todos! Ao fundo o toque
do hino nacional
ritmado a estridentes motosserras
a tilintantes ígneos alegros.

Escutem ao fundo! O cantar do
belo hino nacional
harmonizado a lágrimas
a desesperados pios e chilros
a agonizantes gorjeios e grasnos
ao rosnar incessante da morte.

Aos que não escutam vejam! Enquanto
ainda há palmeiras e sabiás
e os “risonhos, lindos campos têm (…) flores”
Contemplemos! Que ainda há
garotas de Ipanema que
despem seu corpo ao
sol de raios fúlgidos
contra o temor
Bravas mulheres brasileiras!

Aos que não veem o nítido
céu risonho e límpido
e no lábaro estampado
desordem e regresso
saibam que o
Povo heroico, povo marginal
não foge à luta cotidiana

Porque sentem-se
filhos da pátria
filhas da pátria
brancos da pátria
negros da pátria
ruivos da pátria
indígenas da pátria
caboclos, mulatos, cafusos
mamelucos…

Há mais cores além do
verde-louro e do azul-anil
cores que não se querem unas!
Reivindicam todas seu
espaço de direito na paleta
do grande artista nacional.

Aos que não falam
aos que não querem falar
simpáticos ao silêncio de
Bertleby o escrivão – “eu prefiro não”
aos de voz quebrada, para quem
o hino nacional encerra esperança
no peito
brademos todos!
pois isso tudo não é apenas
um simulacro de emergência
atendamos aos pedidos de
socorro.