O que amar, senão o enigma?

O que amar, senão o enigma?
O espaço
A nunca ser preenchido
por ser matéria de silêncio
e escuta?

O que jorrar, senão o sentido?
O que nos atravessa e nos destrói
E faz de nós
um vir a ser
Melhor?

O que questionar, senão o cogito?
Um pensar suprimido,
anestésico
fingido
Que abriga um suposto neutro universal
Masculino?

O que salvar, senão o perdido?
Aquele que a margem se posta
Jogando pro fundo do poço
Um todo
Que nos contém?

O que conter, senão o amor?
Que já não resolve o vazio
Nem a loucura
Nem a política
Nem o medo
De não ter
amor

E o que amar,
senão
O enigma?

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